A Era das Tecnologias da Informação e da Comunicação têm
vindo a provocar uma enorme mudança na Educação, originando novos modos de
difusão do conhecimento, de aprendizagem, e, particularmente, novas relações
entre professores e alunos. A exigência de um domínio cada vez maior de
conhecimentos e habilidades, para tratar desta realidade diversa e complexa,
impõe novas concepções de educação, escola e ensino. As monótonas enciclopédias
e dicionários foram substituídos pelas enciclopédias digitais, pela consulta de
portais académicos e outros locais diversificados. Passamos a utilizar sistemas
electrónicos e apresentações coloridas para tornar as aulas mais atractivas e,
frequentemente, deixamos de lado o tradicional quadro negro e o giz e passamos
directamente para as superfícies e projecções interactivas.
A revolução originada pela Internet possibilita que a
informação produzida e disponibilizada em qualquer lugar esteja rapidamente
disponível em todo o Mundo, originando uma mudança nas práticas de comunicação
e, consequentemente, educacionais, em vários aspectos tais como na leitura, na
forma de escrever, na pesquisa e até como instrumento complementar na sala de
aula ou como estratégia de divulgar a informação, permitindo tanto o ensino
individualizado como o trabalho cooperativo e em grupo entre alunos. É claro
que a utilização das tecnologias não deve, em hipótese alguma, ser vista como
um fim em si mesmo, mas sim como uma ferramenta auxiliar no processo de
ensino/aprendizagem, despertando deste modo maior interesse na aquisição de
conhecimentos. . Para isso, torna-se necessário que os alunos aprendam a
utilizar a tecnologia não somente para entretenimento ou para se socializarem,
mas para criar algo novo, de valor para o mundo, já que todos podem ser produtores.
A escola, enquanto instituição social, é convocada a atender
de modo satisfatório as exigências da modernidade. Ao abrirmos a porta da sala
de uma universidade, de uma escola do Ensino Básico ou do Secundário,
certamente que não ficaríamos muito impressionados atendendo ao facto de
actualmente, nas nossas escolas, ainda se assistir ao modelo pedagógico
centrado no professor/saber, conferindo ao aluno um lugar passivo ou de
receptáculo de conhecimentos desprovidos de significado para o seu contexto real.
O certo é que a escola está a perder relevância para os jovens e o
desenvolvimento das novas tecnologias da informação e da comunicação constitui
um desafio para os alunos e professores, exigindo uma estratégia de
ensino/aprendizagem que implique a eliminação de barreiras ligadas ao ensino
tradicional, com práticas pouco flexíveis, oferecendo pouca autonomia ao aluno.
O vídeo “A vision of students today” ou “Uma visão dos
estudantes hoje” foi realizado em 2007 e é resultado de um projecto do antropólogo
cultural Michael Wesch. Com a participação de 200 alunos ele se propôs a reflectir
sobre as dificuldades que existem entre o modelo tradicional de ensino (que se
baseia em um quadro negro, giz e um professor no centro da sala de aula) e o
novo perfil de estudante (que se mostra cada vez mais dinâmico e
participativo).
Este vídeo mostra-nos aquilo que são os estudantes de hoje
em dia, as suas motivações, as suas expectativas face à escola, os seus
interesses e objectivos ou as suas dificuldades. O visionamento deste vídeo
leva-nos a questionar se a escola que temos dá resposta a essas expectativas, a
esses desejos ou a essas dificuldades.
Estamos perante um enorme desafio, que é
o de criar uma escola para o século XXI quando ainda estamos enraizados a uma visão
da escola típica do século XIX.
Tatiana Serrão

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